Um tema cada vez mais recorrente na vida acadêmica é o plágio. Atravessado por questões de naturezas ética, científica e legal, a prática do plágio na "era da reprodutibilidade técnica" acabou sendo muito facilitada. Um simples ctrl
Neste contexto, os professores ganham mais uma atribuição: a de policiais. Receber versões digitais dos trabalhos finais para a conferência da autoria no google tornou-se um procedimento padrão. Mas algumas vezes nem é preciso chegar a esse "grau de sofisticação". Recebemos textos impressos direto da internet, sem o cuidado da re-formatação, desativação dos links ou, ainda, com a própria fonte no cabeçalho da página.
Mais do que indicar a combinação de cara-de-pau e má fé, acho este tipo de prática sintomático de um modelo de educação baseado na burocracia do cumprimento de tarefas, no qual os alunos acham que por terem dedicado algum tempo à disciplina, via google, devem ser pontuados. Contra este modelo, caberia propor práticas de ensino emancipadoras que, além do prazer do pensamento, disseminem a potência da entrada em diálogo crítico com os textos, em um gesto mais antropofágico e menos copista.
Em termos práticos, algumas iniciativas têm ajudado muito a esclarecer alunos com relação ao modo de se apropriar de idéias e palavras de outrem:
1) recentemente circulou na lista da compós um game que, de forma lúdica e bem humorada, aborda a questão do plágio (infelizmente, ainda não encontrei uma versão em pt):
2) a Comissão de Avaliação de Autoria (plágios) do Departamento de Comunicação Social, vinculado ao Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS) da UFF produziu uma excelente cartilha sobre o tema
http://www.proppi.uff.br/portalagir/sites/default/files/cartilha_autoria_-_digital.pdf
Se estas ferramentas não irão assegurar o fim do plágio acadêmico, elas podem, ao menos, poupar os professores do irritante (mas muitas vezes sincero) "eu não sabia".
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