As representações do feio marcam presença incontestável ao longo de toda a história da arte, contradizendo a ideia clássica de que a procura do belo deva ser a finalidade da arte. A prevalência desta ideia foi de tal modo marcante que, ainda hoje, o termo belas-artes intitula cursos, museus e estabelecimentos de ensino ligados à prática artística. Mesmo nos períodos históricos em que a procura do belo pela arte foi assumida com particular ênfase é, todavia, frequente encontrarmos exemplos fascinantes de fuga à norma. O que haverá na representação do feio capaz de suscitar um fascínio distinto daquele que é suscitado pela representação do belo, e tão necessário quanto este último?
Equacionar o feio para além do belo parece não resultar na dissolução da eterna dicotomia com o seu oposto, mas no deslinde das especificidades de uma atracção que o belo não contempla. É acerca de tais especificidades que versa o presente volume, reunindo o conjunto de comunicações apresentadas durante o Seminário Internacional de Estética e Teorias da Arte “O feio para além do Belo”, realizado na Faculdade de Letras e na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, nos dias 17 e 18 de Março de 2011.
Organização: Adriana Veríssimo Serrão, Ana Nolasco, Ana Rita Ferreira, Carlos João Correia, Cristina Azevedo Tavares e Maria João Lello Ortigão de Oliveira.
Edição do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (colecção Æsthetica), com o apoio da Junta da Freguesia de Loures e da FCT(Fundação para a Ciência e Tecnologia).
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