Estão disponíveis na página do Centre Pompidou as conferências do ciclo Hors-Je, organizado por Georges Didi-Huberman. Acabei de ouvir a conferência (ou descrição, como prefere o historiador da arte) sobre "O homem sem nome", de Wang Bing e recomendo vivamente a todos aqueles que estão pensando/produzindo as novas "imagens do povo".
O filme de Bing e a conferência de Didi-Huberman apostam metodologicamente em uma "descrição com confiança", confiança no olhar. Tal gesto do cineasta inscreve "O homem sem nome" fora da lógica que o historiador da arte detecta no cinema de um modo geral e que consiste na precedência do cineasta em relação ao ser filmado, precedência esta fundada por um gesto eticamente falho dos cineastas.
Outra potente reivindicação de Huberman é que a extraterritorialidade, no filme de Bing, não se encontra fora do mundo, o que ele desenvolve sublinhando o quanto o silêncio e a solidão são uma tomada de posição. Neste sentido, o respeito aos gestos e ao silêncio do "homem sem nome" do filme de Bing acolhe a pobreza registrando-a transformada em experiência.
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