segunda-feira, 26 de setembro de 2011

#LANÇAMENTO de "Narrativas do Medo: Jornalismo de Sensações Além do Sensacionalismo", de Letícia Cantarela Matheus

No próximo sábado, dia 1 de outubro, às 14h, tem lançamento do livro "Narrativas do Medo", da pesquisadora Letícia Cantarela Matheus. O evento acontece a partir das 14h, na Blooks Livraria, que fica na Praia de Botafogo, n. 316, Rio de Janeiro. O livro é o resultado da dissertação de mestrado de Letícia, defendida na UFF em 2006, com a orientação da profa Marialva Barbosa, e conta com o prefácio da profa Rose de Melo Rocha, da ESPM. Fui na defesa da dissertação em 2006 e estou louco para ler o livro, sobretudo o famoso capítulo sobre a tríplice mímesis, conceito de Paul Ricoeur cujo uso por Letícia foi muito elogiado pela banca. Abaixo, algumas informações sobre o livro, retiradas do site da Editora Mauad X (http://www.mauad.com.br/)



RESUMO
Como a violência narrada na mídia toma a forma de medo, que se alastra por toda a sociedade? Com foco no discurso midiático e na dinâmica comunicacional em torno do medo – e não só pela via da “informação”, como pela dimensão do “sensível” -, Leticia Matheus estuda, neste livro, a narrativa do medo na mídia. Por meio de dois fatos policiais narrados em jornal, ela, sem o objetivo de detalhar os fatos em si e sim analisar o modo como são descritos e passados à população – e como a população os recebe e sente -, aprofunda-se no discurso midiático e suas repercussões. Constatando que o medo se transforma em protagonista nas reportagens policiais, a autora observa também que o acionamento das sensações é uma característica comum dessas narrativas. Por outro lado, segundo ela, o jornalismo não seria capaz de gerar autônoma e automaticamente o medo, sem que para isso houvesse condições simbólicas, construídas na longa duração da história. Discutindo ainda o que seria ou não sensacionalismo, ela não descarta a responsabilidade dos jornais na promoção do pânico, ao realimentar um ciclo de mútua estigmatização.

ORELHA
O discurso do medo na mídia é o foco deste livro. Como um jornal narra e se posiciona diante de uma forte violência que abala a sociedade como um todo, destrói vidas e impregna de terror o dia a dia da população? Analisando duas coberturas policiais realizadas em 2003, Leticia Matheus estuda a narrativa do medo na mídia, por meio das notícias então publicadas em O Globo, jornal, como ela diz, “em princípio não sensacionalista”. E chega à seguinte conclusão: “No decorrer das coberturas, o medo acabou transformado em protagonista”. Os casos por ela escolhidos – duas jovens feridas por balas perdidas (uma no metrô e outra em um campus universitário), tendo uma delas morrido e a outra ficado tetraplégica – não só tiveram grande repercussão, como as notícias sobre eles encadearam uma série de reações na população carioca, que, mais uma vez, se viu refém do medo. O sentimento de insegurança se espalhou pela cidade e a sensação do medo funcionou como aquilo que interligava diferentes reportagens no fluxo do sensacional. Essas foram histórias diferentes ou, na verdade, exemplos distintos de um mesmo drama urbano? Como os dois acontecimentos foram lidos no contexto comunicacional do início dos anos 2000 no Rio de Janeiro? A autora responde a essas perguntas, tendo como base não uma perspectiva sociológica acerca da violência criminal, mas sobre o discurso midiático e a dinâmica comunicacional em torno do medo, não só pela via da “informação”, como pela dimensão do “sensível”. SOBRE A AUTORA: Leticia Cantarela Matheus é doutora e mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é professora no Centro Universitário Plinio Leite (Unipli-Anhanguera – Niterói, RJ) e, desde 2006, vem se dedicando à pesquisa na área de História da Comunicação. Foi repórter do jornal O Globo.

QUARTA CAPA
“Com propriedade, Leticia Matheus escolhe abordar a violência urbana mirando uma de suas ênfases mais perversas: a promoção do medo, a reverberação midiática do temor, da desconfiança e da insegurança generalizadas. (...) É com um olhar essencialmente humano que Matheus vai, astutamente, colocando as representações midiáticas da violência na berlinda, não para demonizá-las, mas, essencialmente, para revelar-lhes a parcialidade, a lógica de construção de seu impacto e as implicações simbólicas e sociais deste tipo de consumo midiático.” Rose de Melo Rocha Professora e pesquisadora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP)

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